quarta-feira, 12 de dezembro de 2012



SOCIALIZAÇÃO DAS MAQUETES



Mercado de Peixe: o 1º grande mercado feito de ferro

Foto: Daniel Pinto
Nossa cidade ainda conserva prédios autênticos que testemunham a sua história, são conjuntos arquitetônicos que remontam desde o período colonial – da sua fundação às grandes reformas realizadas pela coroa portuguesa no século XVIII – até a época fausta da borracha, na passagem do século XIX para o XX.
Com os investimentos promovidos pelo rico comércio da borracha os mercados públicos sofreram melhorias sanitárias e receberam novas instalações segundo as mais recentes tecnologias de construção da época, estruturas pré-moldadas de ferro fundido. O primeiro grande mercado feito totalmente de ferro erguido em Belém em foi o Mercado de Peixe, intervenção feita no Ver-o-Peso que se tornou o cartão postal da cidade.
Inaugurado em 1º de dezembro de 1901 pelo intendente Antônio Lemos, esse monumental prédio de 31 m de fachada, lateral de 67 m e 11 m de altura figura imponente às margens da baía com as suas quatro torres características. Foi construído pelos engenheiros Bento Miranda e Raymundo Vianna que, mediante contrato com o governo municipal, exploraram-no comercialmente por vinte anos. Sua procedência é um mistério, já que não há qualquer registro que ateste sua origem; contudo, indiscutivelmente, foi importado dos EUA ou Europa, já que o Brasil não dispunha de uma indústria siderúrgica capaz de produzir um prédio de tais proporções.  (DOL)

Chalé da UFPA: morada de famílias ricas

As fontes documentais sobre os chalés de ferro em Belém são escassas pela razão de serem prédios para a habitação de campo de famílias ricas da época que, diferentemente dos prédios públicos, não eram objeto de notas na imprensa.
Belém possui mais dois exemplares: o chalé de ferro que se encontra no Bosque Rodrigues Alves e o da Imprensa Oficial, que foi desmontado nos anos 80 e inexplicavelmente enterrado no Bosque, decisão que levou à perda irreversível de sua estrutura; encontra-se abandonado na Universidade Federal do Pará.
Sobre o Chalé da UFPA, até o momento se desconhece a sua procedência, como o seu ano de montagem. Sabe-se que pertenceu a Álvaro Adolpho e que foi nesse chalé metálico a primeira Faculdade de Arquitetura da Amazônia. (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)

Farol de Salinas marca o cenário da cidade litorânea

Foto: Ney Marcondes
Outra notável estrutura metálica de valor histórico encontra-se a 220 km de Belém, em Salinópolis. Marcante no cenário dessa graciosa cidade litorânea, o Farol destaca-se como marco visual tanto de dia com sua imponente torre de 40 metros de altura, quanto a noite com seus fachos de luz que se projetam para o horizonte.
Foi construído em Paris, em 1893, por F. Barbier & Cie. Constructeurs e levado primeiramente para Apeú. Em seguida foi desmontado e instalado definitivamente em Salinas, em 1937. (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)
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Reservatório de São Brás: histórico do saneamento em Belém

Foto: Daniel Pinto
Dentre as melhorias consideradas essenciais estava o abastecimento de água para a população. Diversas estruturas de ferro foram importadas da Europa e, dentre elas, duas se destacaram no cenário urbano da cidade de Belém: a caixa de água Pais de Carvalho demolida e transformada em sucata em 1965 – restou apenas o seu portão que se encontra na entrada do Parque da Residência – e o reservatório de São Brás.
O material em ferro desse gigantesco reservatório foi fornecido pela casa Tony Dussiex de Paris e inaugurado em 1885. Com sua enorme capacidade de armazenamento de água, em torno de 1.570.000 litros, foi responsável pelo abastecimento da cidade durante muitos anos.  (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)

Coretos: peças que embelezam praças e vias públicas

Foto: Mauro Ângelo
Peças  visuais que se destacam em diversas praças da capital paraense, os coretos eram investimentos que não se limitaram apenas em melhorar na infra-estrutura, ou em grandes prédios para atender as atividades econômicas da cidade. Trazidos  da Europa eram os mais variados tipos de equipamentos urbanos em ferro destinados ao embelezamento de praças e vias públicas como postes, quiosques, coretos, esculturas, etc.
A partir de 1878, com a inauguração do Teatro de Nossa Senhora da Paz, o antigo Largo da Pólvora recebe uma urbanização modesta e passa a ser chamado de Praça de República, a partir de 1889 com a mudança de regime. Porém, foi somente na administração de Antônio Lemos, entre 1897 e 1912, que esta imponente área verde foi definitivamente urbanizada, projeto que incluiu a instalação de dois pavilhões de ferro de origem francesa: o Euterpe, que se encontra atrás do teatro e o que foi estudado neste projeto, o Pavilhão, ou coreto, Santa Helena Magno.  (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)

Relógio de Ferro: uma das belezas do Ver-O-Peso


Praça do Relógio. Foto: Daniel Pinto
Além das quatro torres do Mercado de Peixe, outro marco visual da cidade é o Relógio de Ferro do Ver-O-Peso. Em uma área onde encontrava-se o prédio da Bolsa da Borracha, uma espécie de bolsa de valores para a venda do látex demolido em 1915, foi encomendado da famosa indústria inglesa Walter Macfarlane & Co. um grande relógio de ferro de 12 metros de altura, para figurar no plano de urbanização do Intendente Antônio Faciola, em 1930.
Contudo, em outubro estourou a Revolução de 30 que pôs fim à Velha República e afastou do poder tanto o Intendente como o governador Eurico Vale. No lugar foi empossado o major Magalhães Barata, que inaugurou a Praça Siqueira Campos em 1931, hoje conhecida como Praça do Relógio. (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)

O Mercado de Carne e sua história

Foto: Octavio Cardoso
A história do Mercado de Carne é antiga, remonta a 1867 quando foi construído, em alvenaria de tijolos, o Mercado Municipal de Belém em uma quadra entre a 16 de novembro e a Boulevard Castilho França. Devido ao intenso movimento comercial que sobrecarregava o recém inaugurado Mercado de Ferro, ou de Peixe, a partir de 1901, as autoridades locais sentiram a necessidade de promover melhorias estruturais e sanitárias no velho prédio do Mercado Municipal.
As obras foram confiadas ao engenheiro Francisco Bolonha que, além de construir um segundo pavimento com salas para estocar produtos sobre o velho prédio de alvenaria, instalou no seu pátio interno um belo conjunto arquitetônico de ferro importado da Escócia, da fundição Walter Macfarlane & Co., composto de quatro grandes pavilhões, um pequeno chalé e uma estrutura que serviu primeiramente para suportar o reservatório de água e que se transformou, depois de desativado, em um magnífico mirante com escada em caracol. A inauguração das novas instalações do Mercado Municipal aconteceu em 17 de dezembro de 1908 e por ser destinado, principalmente, à comercialização da carne passou a ser chamado, com o tempo, de Mercado de Carne.
Este impressionante exemplar da arquitetura do ferro no Brasil é parada obrigatória para quem visita Belém e procura conhecer um pouco da sua história. Vale ressaltar que o prédio foi recentemente restaurado pelo governo federal.  (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)

Gasômetro: traços da arquitetura de ferro do século XIX

Foto: Marcelo Lelis
O Gasômetro  é um belo exemplar de galpão, ou armazém, da arquitetura do ferro. Remonta ao final do século XIX quando foi trazido da Europa, provavelmente da Inglaterra, para a abrigar ao lado da Praça Amazonas, na época chamada de Largo de São José, a Cia. de Gás de Belém.
A empresa foi responsável pela iluminação pública da cidade até por volta dos anos 20, quando a eletricidade substituiu a iluminação à gás e o prédio perdeu sua finalidade e foi incorporado à uma empresa particular. No decorrer de décadas serviu de coberta para diversos fins até ser doado, nos anos 90, para a Secretaria de Cultura do Estado.
Em 1997 foi completamente reformado e remontado no Parque da Residência pelo arquiteto Paulo Chaves que aproveitou bem seu generoso vão de 1200 m² ao destiná-lo para atividades culturais, com teatro e outras dependências menores.   (Armando Sobral/Curador do projeto A Era do Ferro)
01. Galpão da CDP (Companhia Docas do Pará) [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação: 19/04/12

02. Gasômetro [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação: 26/04/12
03. Mercado de Carne (duas pranchas) [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação  da prancha 1: 03/05/12 | Publicação  da prancha 2: 10/05/12

04. Relógio do Ver-o-Peso [saiba mais] [vídeo: como montar]Publicação: 17/05/2012
05. Coreto da Praça da República [saiba mais] [vídeo: como montar]Publicação: 24/05/2012

06. Caixa d’Água de São Braz [saiba mais] [vídeo: como montar]Publicação: 31/05/2012

07. Farol de Salinas [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação: 07/06/2012

08. Chalé da UFPA [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação: 14/06/2012
09. Mercado de Peixe (três pranchas) [saiba mais] [vídeo: como montar] | Publicação da prancha 

A Era do Ferro: Memória e Patrimônio

 

Armando Sobral, curador do projeto A Era do Ferro no Pará
Em 12 de janeiro de 2016 Belém completará 400 anos, a data é significativa para todos nós; como as velhas mangueiras que nos protegem do sol, Belém nos acolhe, é a nossa morada. Este lugar foi erguido com o suor das lutas, sonhos, mitos e fantasias, vividas e contadas por todos que aqui nasceram e criaram seus filhos, pessoas que desbravaram esta terra exuberante e deixaram um legado de quase quatro séculos de história reunidos em sua cultura, prédios e ruas. Hoje continuamos a saga iniciada por nossos antepassados e, assim como eles, queremos ver nossos descendentes crescerem felizes em um lugar onde possam se identificar e prosperar seguros. Contudo, pensar no futuro é respeitar e conhecer o passado, em outras palavras, preservar a nossa memória. Uma comunidade que não zela por sua memória e tradições perde as suas bases, desagrega-se e perece; não basta olharmos apenas para o que conquistamos ou possuímos, devemos cuidar do que é coletivo, isto é, ser cidadão. Os elos com a nossa cidade têm se tornado cada vez mais tênues a ponto de assistirmos impotentes esta velha Senhora ser desrespeitada com todas as formas de vandalismos e descaso, até por aqueles que tem a obrigação em mantê-la; ofensas injustificáveis contra esse Ente generoso que nos provém de tudo em abundância. Precisamos cuidar melhor da nossa querida Belém, levar a sua história para as novas gerações e reforçar neles os laços afetivos com a sua própria cidade, é a melhor maneira de preservá-la; antes que outros a reivindiquem e desfigurem o nosso passado – a propósito, não estamos muito longe disso.
Este projeto entende que o modo mais eficiente de resguardar a nossa memória é através da educação, visão que levou à elaboração de um programa ambicioso que conta com a publicação de milhares de maquetes de prédios históricos para serem montados pela população, laboratório com estudantes de arquitetura, palestras e exposições nas escolas públicas como maneira de conscientizar a sociedade acerca da importância em preservar nosso belo e peculiar patrimônio histórico arquitetônico.
A Era do Ferro no Pará revela Belém entre o fim do século XIX e começo do XX, quando se verifica o florescimento econômico da região e a ascensão de uma burguesia enriquecida com o comércio da borracha.  Nessa época a capital sofreu as mais profundas transformações e foi remodelada segundo um ideal identificado com as modernizações ocorridas nas cidades européias, modificadas pela Revolução Industrial durante o século XIX. É quando belos parques e áreas verdes como a Praça de República e a Batista Campos surgem no cenário urbano de Belém e uma nova arquitetura feita totalmente de ferro trazida da Europa é erguida na Amazônia, hoje adotada como marcos visuais de grande valor simbólico e afetivo para o paraense: o Mercado de Peixe, o Relógio de Ferro, o Mercado de Carne, o reservatório de São Brás, os galpões do porto das Docas, dentre outros. As melhorias urbanas feitas no período como as reformas dos mercados públicos, alargamento de ruas e calçadas, rede de esgoto e abastecimento, urbanização de bairros, embelezamento de vias públicas e praças, reestruturou a cidade de tal forma que ainda hoje dependemos desses grande feitos. Realizações possíveis somente em uma sociedade com aguda visão de futuro, auto-estima inabalável e profundo sentimento de amor e cuidado por sua cidade.
Quando olhamos para nossa quadringentenária Belém, ainda hoje ameaçada por aqueles que ignoram nossos valores, sentimos uma certa melancolia pelas perdas irreparáveis de nosso patrimônio, como também por um benéfico sentimento de orgulho por pertencermos a uma cultura tão rica e de passado memorável, que, como foi dito anteriormente, deve ser contado aos nossos filhos e netos.
ALUNOS ASSISTINDO O VÍDEO SOBRE PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE BELÉM.







ALUNOS PRODUZINDO TEXTOS

terça-feira, 4 de setembro de 2012

 SAIBA MAIS SOBRE BELÉM DO PARÁ

Belém é um município brasileiro, capital do estado do Pará, pertencente à Mesorregião Metropolitana de Belém e à Microrregião de Belém. Com uma área de aproximadamente 1 064,918 km², localiza-se no norte brasileiro, distante 2 146 quilômetros de Brasília.
Com uma população de 1 392 031 habitantes, maior densidade demógrafica da região norte 1307,17 hab/km², (IBGE/2010), é conhecida como "Metrópole da Amazônia", e uma das dez cidades mais movimentadas e atraentes do Brasil. A cidade é sede da Região Metropolitana de Belém, que com 2.100.319 habitantes, é a 2º mais populosa da região, 12ª do país e 177ª do mundo, além de ser o maior aglomerado urbano da região.A cidade de Belém, considerada a maior da linha do equador, é também classificada como a capital com melhor qualidade de vida do Norte do Brasil.
Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude, entre os quais o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias europeias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida na época como Paris n'América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.
A cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político.[12] Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Theatro da Paz, o Museu Paraense Emílio Goeldi, o mercado do Ver-o-Peso, e eventos de grande repercussão, como o Círio de Nazaré.

História


Forte do Castelo.
A região, onde atualmente encontra-se a cidade de Belém, foi em meados do século XVIII um pequeno lugarejo que serviu de morada para os índios Xucurus.[4]
O estabelecimento do primitivo núcleo do município remonta ao contexto da conquista da foz do rio Amazonas, à época da Dinastia Filipina, por forças luso-espanholas sob o comando do capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, quando, a 12 de janeiro de 1616, fundou o Forte do Presépio.
A povoação que se formou ao seu redor foi inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi sucessivamente denominada como: Santa Maria do Grão Pará; Santa Maria de Belém do Grão Pará; Até a atual Belém. Belém foi a primeira capital da Amazônia.
Nesse período, ao lado da atividade de coleta das chamadas drogas do Sertão, a economia era baseada na agricultura de subsistência, complementada por uma pequena atividade pecuária e pela pesca, praticada por pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha de Vigia. Distante dos núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém reconheceu a Independência do Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.

Era da Borracha

Durante o ciclo da borracha, Belém foi considerada a cidade brasileira mais desenvolvida e uma das mais prósperas do mundo, não só pela sua posição estratégica - quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.[15]
O apogeu foi entre 1890 e 1920, quando a cidade contava com tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam. A cidade possuía o Cinema Olympia (o mais antigo do Brasil em funcionamento), considerado um dos mais luxuosos e modernos de seu tempo, inaugurado em 21 de abril de 1912, no auge do cinema mudo internacional. A cidade possui o famoso Teatro da Paz, considerado um dos mais belos do Brasil, inspirado no Teatro Scala de Milão, o mercado de ferro Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina, o Palácio Antônio Lemos, o Colégio Gentil Bittencourt, a Praça Batista Campos e muitos outros.
Pela mesma razão, foram atraídas nesse período levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com o fim de desenvolverem a agricultura nas terras da Zona Bragantina.
A comarca da capital, com sede em Belém, envolvia, além do seu município, os de Acará, Ourém e Guamá. Possuía quinze freguesias: Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant'Ana da Campina, Santíssima Trindade e Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, na capital. No interior as de São José do Acará, São Francisco Xavier de Barcarena, Nossa Senhora da Conceição de Benfica, Sant'Ana de Bujaru, Nossa Senhora do Ó do Mosqueiro, Sant'Ana do Capim, São Domingos da Boa Vista, São João Batista do Conde, São Miguel do Guamá, Nossa Senhora da Piedade de Irituia e Divino Espírito Santo de Ourém.
Observa-se que nessa época o indígena teve participação direta na economia local, por já estar mais reservado nas áreas afastadas dos centros urbanos, vivendo sua própria cultura, depois de ter enfrentado os colonizadores em muitos conflitos.
Cresceu, em contrapartida, o comércio de escravos, trazidos para os trabalhos gerais necessários e surgiu a figura do caboclo, que já se desenvolvia com a miscigenação.

Cabanagem

Entre os anos de 1835 e 1840 o município esteve no centro da Guerra da Cabanagem, considerada a de participação mais autenticamente popular da história do país, única em que a população efetivamente derrubou o governo local. Posteriormente receberia o título de Imperial Município, conferido por D. Pedro II (1840-1889). Entre as causas dessa revolta citam-se a extrema miséria do povo paraense e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil. A denominação Cabanagem remete ao tipo de habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e índios. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora morasse muito melhor, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste. A guerra durou cerca de cinco anos e provocou a morte de mais de 40.000 mil pessoas, cerca de 30% da população do Grão-Pará foi dizimada, tribos inteiras foram completamente exterminadas, visto como exemplo a tribo Mura.

Geografia

Ocupando uma área de 1 065 km², Belém conta atualmente com 1.437.600 habitantes, é a segunda cidade mais populosa da Amazônia. Limita-se com o município de Ananindeua.

Hidrografia

Os rios que passam por Belém são o rio Amazonas, rio Maguari e rio Guamá. A Baía do Guajará é uma baía que banha diversas cidades do estado do Pará, inclusive sua capital. É formada pelo encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará.

Problema ambiental

A rede de abastecimento chega a 80% em Belém, mas somente 6,5% da descarga domicilar está conectada à rede coletora, o que provoca o descarte inadequado dos dejetos em 14 bacias que abastecem a cidade, 11 delas ligadas ao rio Guamá[16].

Clima

O clima em Belém é quente e úmido, tipicamente equatorial, influência direta da floresta amazônica, onde as chuvas são constantes. O índice pluviométrico é de 2889 mm(ano). As incontáveis mangueiras existentes nas ruas da cidade ajudam a amenizar o calor, principalmente nos meses mais quentes de julho a novembro, quando a temperatura pode chegar a 35 graus, porém a temperatura média anual é de 26 °C. Além de aliviar o calor, as mangueiras ornamentam a cidade e fazem a delícia dos amantes da manga, já que em janeiro e fevereiro, época da safra, Belém é inundada pelo fruto, sendo assim conhecida como Cidade das Mangueiras.

Demografia

Belém, com uma população de 1.437.600 habitantes, é a 10ª cidade mais populosa do Brasil e a 2ª da região Norte. A cidade possui o maior IDH entre as cidades do norte e, nos últimos anos, vem se verticalizando de forma acelerada, pelo fato de não haver mais áreas horizontais, levando investimentos para sua região metropolitana. A cidade tem o 5º metro quadrado mais caro do País.[17]
De acordo com um estudo genético de 2011, a composição genética da população de Belém é 69,70% europeia, 10,90% africana e 19,40% ameríndia.[18]
Estimativa Populacional da RMB- IBGE

Religião


Círio de Nazaré
É possível encontrar, em toda parte da cidade, pessoas adeptas das mais diversas religiões, como o espiritismo e o protestantismo. Também estão muito presentes as religiões afro-brasileiras trazidas da África pelos escravos. Há ainda manifestações de muitas outras religiões, vindas dos mais diversos lugares do mundo, como o islamismo, o judaísmo (a primeira sinagoga do Brasil independente foi construída em Belém), o neopaganismo ou o mormonismo. Cerca de 72,10% da população de Belém é católica, 18,30% são protestantes.[19]
Católicos
A maior parte da população é católica e o município sedia o Círio de Nazaré, que acontece anualmente no segundo domingo de outubro, reunindo cerca de dois milhões de fiéis. O Círio, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, é a maior festa cristã do país e a maior procissão católica do mundo, sendo celebrada desde 1793, no município de Belém do Pará.[20] Atualmente as manifestações de devoções religiosas estendem-se por quinze dias, durante a chamada quadra Nazarena. Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se: romaria fluvial, romaria rodoviária, moto-romaria, transladação, procissão do Círio, o Círio propriamente dito e o recírio. A capital paraense possui inúmeras igrejas, capelas e santuários, das quais se destacam a Catedral Metropolitana de Belém, a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré e a Igreja de Santo Alexandre.
Evangélicos
No início do século XX, dois missionários oriundos da Igreja Batista Sueca, Daniel Berg e Gunnar Vingren, desembarcaram na terra paraense, fundando a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, a maior igreja evangélica do Brasil, e a maior igreja pentecostal do mundo. Belém se tornou o berço da doutrina pentecostal evangélica.[21] e já foi palco de grandes eventos evangélicos. Depois do catolicismo, esta é a segunda religião mais praticada na cidade e possui um grande números de igrejas evangélicas, dentre as quais as principais são: Assembleia de Deus, tendo sua fundação nacional primeiramente em Belém, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular e Igreja Batista.[22]
Judeus
Grande parte dos judeus em Belém chegaram à cidade no século XIX, oriundos do Marrocos, onde haviam se refugiado após a instalação da Inquisição na Espanha e em Portugal (1496). Os judeus se dirigiram para a região com intuito de poder praticar sua fé com liberdade e enriquecer com o crescente extrativismo da região, facilitados pela carta régia, que abriu os portos do país para nações amigas. Também foi inaugurada em 1824 a primeira sinagoga do Brasil Império, a "Eshel Abraham", e o primeiro cemitério judaico do país em 1842. Com a proclamação da república e a separação da Igreja do Estado, em 1889, esse fluxo foi intensificado, aliado ao Ciclo da Borracha, que estava vivendo seu apogeu nesse período. [23] [24] [25]
Outras
Também estão presentes na cidade a Igreja Universal do Reino de Deus, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Adventista do Sétimo Dia e Testemunhas de Jeová.

Política

Região Metropolitana de Belém

Criada por lei complementar federal em 1973 (alterada em 1995) e em 2010, a Região Metropolitana de Belém (RMB), com 2.100.319 habitantes IBGE/2010, compreende os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará. Devido ao intenso processo de conurbação ,hoje a Região Metropolitana de Belém é o maior aglomerado urbano da Região Norte. É a 177ª maior área metropolitana do mundo, 2ª da Região Norte e 12ª do Brasil.
Área do Entorno
Cidades próximas como Castanhal, Abaetetuba e Barcarena encontram-se sob influência direta de Belém, sendo que as duas primeiras já ultrapassaram a marca de cem mil habitantes. A região do "Entorno de Belém", compreende municípios em um raio de até 60 quilômetros a partir da capital paraense, apresentando integração contínua, com uma população que se aproxima de 3 milhões de pessoas.

Cidades-irmãs

O município de Belém possui ao todos, quatro cidades-irmãs, a saber:[26]

Subdivisões

Bairros

A capital paraense possui oficialmente 68 bairros, distribuídos em 8 distritos administrativos.
  • Distrito Administrativo de Belém (DABEL)
  • Distrito Administrativo do Bengui (DABEN)
  • Distrito Administrativo do Entroncamento (DAENT)
  • Distrito Administrativo do Guamá (DAGUA)
  • Distrito Administrativo de Icoaraci (DAICO)
  • Distrito Administrativo de Mosqueiro (DAMOS)
  • Distrito Administrativo de Outeiro (DAOUT)
  • Distrito Administrativo da Sacramenta (DASAC)

Economia

A economia belenense baseia-se primordialmente nas atividades do comércio, serviços e turismo, embora seja também desenvolvida a atividade industrial com grande número de indústrias alimentícias, navais, metalúrgicas, pesqueiras, químicas e madeireiras. A Grande Belém localiza-se na região mais dinâmica do estado e juntamente com o município de Barcarena, integra o segundo maior parque industrial da Amazônia. A cidade conta com os portos brasileiros mais próximos da Europa e dos Estados Unidos (Belém, Miramar e Outeiro), sendo que o Porto de Belém é o maior movimentador de containers da Amazônia. Com a revitalização dos distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, a implantação da Hidrovia do Tocantins e com a chegada da Ferrovia Norte-Sul, a cidade aguarda um novo ciclo de desenvolvimento. O Círio de Nazaré, a maior procissão cristã do planeta, movimenta a economia da Cidade. No período há aquecimento na produção industrial, no comércio, no setor de serviços e no turismo.[20][13] A cidade começa a explorar o mercado da moda, com os eventos Belém Fashion Days (está entre os 5 maiores eventos de moda do País) e o Amazônia Fashion Week (maior evento de moda da Amazônia).

Centros comerciais

Grande porte (mais de 25.000 m² de ABL - área bruta locável)
  • Castanheira Shopping Center - 40 mil m² de ABL
  • Shopping Pátio Belém - 36.268 m² de ABL
  • Boulevard Shopping Belém - 35 mil m² de ABL
  • Parque Shopping Belém - 33 mil m² de ABL
  • Shopping Bosque Grão Pará - 48 mil m² de ABL
Pequeno e médio porte
  • IT Center
  • Galeria São Pedro
  • Shopping São Brás
  • Small Shopping

Turismo

Belém, conhecida também como Portão de Entrada da Amazônia, proporciona diversas possibilidades de cultura e lazer.[11] A cidade é rica em construções históricas, praias, cultura, tem a mais original do Brasil e possuí uma exuberante natureza, entricheradas no meio das edificações modernas da capital, podendo ser observado nos seus diversos pontos turísticos. A capital paraense desponta como grande roteiro turístico do Brasil, gerando uma excelente oportunidade para investimentos turísticos e está entre as 10 cidades mais movimentadas e atraentes do Brasil e a mais visitada da amazônia.
Principais atrações turísticas

Interior do Theatro da Paz.
  • Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré - A Basílica de Nazaré é a única basílica da Amazônia Brasileira. Sua história, seu simbolismo e sua importância religiosa exercem uma profunda influência no imaginário religioso paraense. Elevada no dia 31 de maio de 2006 à categoria de Santuário Mariano Arquidiocesano, passou a denominar-se Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
  • Bioparque Amazônia – Crocodilo Safari
  • Bondinho de Belém[27]
  • Complexo Feliz Lusitânia - Localizado no bairro da Cidade Velha, faz parte do centro histórico revitalizado. O complexo contempla a Catedral Metropolitana de Belém, praça Dom Frei Caetano, Casa das Onze Janelas, Corveta Museu Solimões, Forte do Presépio e o complexo de Santo Alexandre (onde encontra-se a Igreja e o Museu de Arte Sacra do Pará, considerado um dos mais belos do Brasil).
  • Complexo Ver-o-Peso - Composto pela Feira do Açaí, as praças do Relógio (relógio original da Inglaterra), Pescador, dos Velames, o Solar da Beira e o Mercado Municipal. O mercado de Ferro, que completa o Ver-o-Peso, foi todo transportado da Inglaterra e eleito uma das 7 maravilhas do Brasil.
  • Complexo Ver-o-Rio - Numa área de cinco mil metros quadrados de frente para a baía do Guajará, o projeto alia contemplação da natureza com a praticidade na utilização do espaço urbano.
  • Estação das Docas – É um complexo de arte, lazer e gastronomia. A Estação, como é conhecida, possui um moderno terminal fluvial, o Amazon River, com ancoradouro flutuante, capaz de aportar até 4 embarcações de 70 pés. Diariamente são realizados diversos passeios fluviais pela orla e ilhas de Belém.
  • Espaço São José Liberto[28] – Era um antigo presídio da capital. Em 2002 deu lugar ao Espaço, que abriga o Museu de Gemas do Pará, o Polo Joalheiro, a Casa do Artesão e uma capela. Hoje, o local é referência para o mercado joalheiro paraense por conta das jóias em ouro e gemas produzidas pelo talento dos ourives e designers paraenses.
  • Estádio Olímpico do Pará - Com capacidade para 45.007 torcedores, foi inaugurado em 1978 e reformado em 2002. Recebeu três jogos da seleção brasileira (1997, 2005 e 2011) e o público recorde foi de 65.000 pessoas (11 de Julho de 1999) no jogo do Clube do Remo e Paysandu Sport Club, antes da reforma. Desde 2002, é realizado no Mangueirão o GP Brasil Caixa de Atletismo, atraindo grande público. Detém o maior público já registrado nesta modalidade na América Latina.
  • Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia - Com uma área total de 64.000m² e 25.000m² de área construída totalmente integrada ao ambiente amazônico, o HANGAR está equipado com recursos de última tecnologia e preparado para qualquer tipo de evento, como feiras, congressos, convenções, encontros, seminários, simpósios e exposições.
  • Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves[29][30]
  • Mangal das Garças - Localizado às margens do rio Guamá, em pleno centro histórico, o parque é resultado da revitalização de uma área de 40.000 m², no entorno do Arsenal da Marinha.
  • Orla de Icoaraci – Situada no Distrito de Icoaraci, distante aproximadamente 20 km do centro, encontram-se bares e restaurantes, áreas de lazer e feiras de artesanato. O distrito destaca-se como importante polo de artesanato em cerâmica.
  • Palácio Antônio Lemos - Hoje é sede da prefeitura.
  • Palácio Lauro Sodré - Sede do Museu do Estado do Pará desde 1994[31]
  • Parque da Residência - Residência oficial dos governadores do estado, agora é a sede da Secretaria Executiva de Cultura (SECULT)do estado do Pará.
  • Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi - Criado em 6 de outubro de 1866, é a mais antiga instituição de pesquisas da região Amazônica e referência mundial na Amazônia.[32]> O Parque Zoobotânico está situado no centro urbano de Belém, com uma área de 5,2 hectares. É o mais antigo do Brasil no seu gênero.[33]
  • Planetário Sebastião Sodré da Gama - O primeiro planetário do norte e considerado um dos mais modernos do país.
  • Praça Batista Campos
  • Theatro da Paz – Inspirado no Teatro alla Scala de Milão, é o maior e mais antigo da Amazônia, construído em 1878 com recursos auferidos da exportação de látex, no Ciclo da Borracha. É considerado um dos mais luxuosos do Brasil.

Infraestrutura

Educação

Universidades/Faculdades

A Universidade Federal do Pará foi considerada a melhor universidade pública da região norte do país, entre 2005 e 2007 e o CESUPA é a instituição privada de ensino superior da região norte mais bem posicionada no ranking do Índice Geral de Cursos (IGC) em 2008, indicador criado pelo MEC para avaliar a qualidade das instituições de ensino superior de todo o país.[34]
Dentre as diversas universidades/faculdades presentes em Belém, destacam-se:
Públicas
Privadas
  • Faculdade Pan Amazônica (FAPAN)
  • Centro de Educação da Amazônia (CEAMA)
  • Centro Universitário do Pará (CESUPA)
  • Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ)
  • Escola Superior Madre Celeste (ESMAC)
  • Faculdade de Belém(FABEL)
  • Faculdade de Tecnologia da Amazônia (FAZ)
  • Faculdade Teológica Batista Equatorial (FATEBE - Seminário Teológico Batista Equatorial)
  • Faculdade do Pará (FAP)
  • Faculdade Estudos Avançados do Pará (FEAPA)
  • Faculdade Ideal (FACI)
  • Faculdade Integrada Brasil-Amazônia (FIBRA)
  • Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (IESAM)
  • Appa Associação Proativa do Pará (Ingrithi,Mylle)-(APPA)
  • Universidade da Amazônia (UNAMA)
  • Universidade Paulista (UNIP)
  • Faculdade Unibrasm - Sustentavel dos municipios(unibrasm)

Bibliotecas públicas

Estrutura urbana

Transporte

  • Aeroporto Internacional de Belém - distante 12 km do centro, o sítio aeroportuário possui uma área de 5.615.783,22 m² e transformou-se em um exemplo do padrão que a Infraero implementa em seus aeroportos. Atualmente o Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, como é tradicionalmente denominado, opera com a capacidade de atender a demanda de 2,7 milhões de passageiros por ano, numa área construída de 33.255,17 metros quadrados, e é responsável pelo incremento do turismo na região, escoamento da produção e captação de novos investimentos. Conta com uma arquitetura futurista, projetada para aproveitar a iluminação natural do ambiente e tem seu interior ornamentado com plantas da região amazônica que se encontram cercadas por uma fonte capaz de imitar o barulho das chuvas que caem todos os dias na região. Possui estacionamento para aeronaves com 11 posições e 700 vagas para veículos; o movimento operacional em 2007 foi de 2.119.552 passageiros, conforme dados cedidos pela Infraero.
  • Aeroporto Júlio Cesar - Avenida Júlio César
  • Aeroclube do Pará - Avenida Júlio César
  • Terminal Rodoviário Hildegardo da Silva Nunes - Avenida Cipriano Santos
  • Terminal Fluvial - avenida Marechal Hermes
  • Ferry-Boat (Belém-Marajó)
  • Terminal Turístico da Estação das Docas - avenida Boulevard Castilhos França

Cultura

Centros Históricos


Igreja de Santo Alexandre na Cidade Velha
  • Cidade Velha - conhecido como Centro Histórico de Belém, o local tem como característica principal a herança arquitetônica do período Brasil Colônia. O bairro é um dos maiores referenciais do patrimônio histórico e cultural do Pará. O bairro nasceu com a construção do Forte do Presépio, hoje chamado Forte do Castelo, construído a mando da Coroa portuguesa, no início do século XVI. Na Cidade Velha surgiu a primeira rua de Belém, a rua da Ladeira, que liga a Feira do Açaí ao Largo da Sé e onde se encontram bares e restaurantes antigos e simples. Outro lugar famoso do bairro é a Praça do Relógio, onde se localiza um relógio inglês levantado na década de trinta, com seus 12 metros de altura. Nela também está localizada a Catedral Metropolitana, a praça Dom Pedro II, igreja das Mercês, o prédio da prefeitura, o complexo Feliz Lusitânia e o Mangal das Garças.
  • Engenho Murucutu - Ruínas do antigo engenho de cana-de-açúcar próspero, movido a vapor, que contava com muitos escravos. Foi destruído à época da Cabanagem, construído no século XVIII. Destaca-se a Capela de Nossa Senhora da Conceição 1711, em estilo neoclássico, cuja construção é atribuída a Antônio José Landi.

Museus

Culinária

Hoje, pode-se dizer que a cidade é uma das capitais gastronômicas do mundo[carece de fontes]. A Belém gastronômica é um interessante caldeirão de misturas étnicas. A comida indígena paraense – única, verdadeiramente brasileira, segundo o filósofo José Arthur Gianotti - tem sabores africanos, portugueses, alemães, japoneses, libaneses, sírios, judeus, ingleses, barbadianos, espanhóis, franceses e italianos. Os povos que chegaram à capital se encantaram com a cozinha nativa e, aos poucos, foram incorporando seus ingredientes. A culinária belenense tem forte influência indígena. Possui pratos típicos como: pato no tucupi com jambu, o tacacá, a maniçoba, entre outras delícias como o açaí. Há quem diga que o sabor dos peixes e das frutas é realmente diferente. Os elementos encontrados na região formam a base de seus pratos. Com mais de uma centena de espécies comestíveis, as frutas regionais podem ser encontradas no Ver-o-Peso, feiras livres, mercados e supermercados do município; elas são responsáveis diretas pelo sabor das sobremesas que enriquecem a mesa paraense. Destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará, bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá.

Principais mercados municipais

  • Mercado do Ver-o-Peso (1688): é a maior feira livre da América Latina e também o símbolo de Belém e sua maior atração turística. Localizado na área da Cidade Velha e diretamente às margens da baía do Guajará, abastece a cidade com produtos alimentícios do interior paraense, fornecidos principalmente por via fluvial. Foi eleito entre as 7 Maravilhas do Brasil. O posto fiscal criado em 1688 no porto do Piri que, a partir de então, foi popularmente denominado lugar de Ver-o-Peso, deu origem ao nome do mercado, já que era obrigatório ver o peso das mercadorias que saiam ou chegavam à Amazônia, arrecadando-se os impostos correspondentes.
  • Mercado de São Brás (1911): na Praça Floriano Peixoto, próximo à antiga "Estação de Ferro de Bragança", foi construído na primeira década do século XX, em função da grande movimentação comercial gerada pela ferrovia Belém/Bragança. Na mesma época, o intendente Antônio Lemos estabeleceu uma política para descentralizar o abastecimento da cidade, até então o Ver-o-Peso. O abastecimento começou a ser expandido para os bairros, a exemplo do que ocorreu em São Brás. O mercado de São Brás foi inaugurado no dia 21 de maio de 1911, em estilo art nouveau e neoclássico. Em suas dependências, funcionam lojas de artesanato, produtos agrícolas, domésticos e vestuário.

Esporte

Futebol

Belém tem os três maiores times do Pará e da amazônia e o mais bem equipado estádio de futebol da região norte, os principais clubes de futebol são Clube do Remo e Paysandu Sport Club, conhecidos por sua rivalidade. Outro tradicional clube de futebol do Pará é a Tuna Luso Brasileira, fundada pela comunidade portuguesa de Belém e o Sport Club Belém, que já foi a quarta potência do futebol paraense.
Clube do Remo
O Clube do Remo tem um Campeonato Brasileiro da Série C, um Campeonato Nacional Norte-Nordeste, dois Torneios do Norte e 42 Campeonatos Paraenses. Além disso é o clube com as melhores campanhas de um time nortista na Série A, Copa do Brasil e Taça Brasil. Apresenta o maior patrimônio de um clube da região. Patrimônio esse, que está passando por uma série de disputas, já que o clube enfrenta sérias dívidas e talvez tenha que leiloar ou vender bens para quitá-las.
É conhecido pelo apelido de "Mais Querido" pois obtem a maior torcida do Norte segundo pesquisa do IBOPE, realizada em 2010, somando 1,3 milhão de torcedores. Sua torcida é conhecida pelo apelido de Fenômeno Azul, dado em 2005, quando o clube foi campeão da Série C e recorde de público entre todas as divisões brasileiras com média de 30 869 torcedores por partida.
Desde 2007, o Clube vive sua pior fase em sua centenária história, com quedas consecutivas para as séries C e D do Campeonato Brasileiro, em 2009 e em 2011 não conseguiu vaga na Disputa para a vaga ná Série D, passando vexames a nível estadual.
Atualmente encontra-se sem divisão definida e terá que disputar a vaga para a Série D em 2012, através do Campeonato Paraense.
Paysandu Sport Club
O Paysandu é o time com maior número de títulos da região, além de ser o único da Região Norte do Brasil a disputar a Copa Libertadores da América. Possui dois Campeonatos da Brasileiros da Segunda Divisão, uma Copa dos Campeões, uma Copa Norte, 44 Paraenses, além de ser o time da Região Norte que mais disputou a Série A do Campeonato Brasileiro. Em 2003 foi considerado pela instituição IFFHS como o clube que mais evoluiu no planeta no início do século XXI.
Sua torcida é conhecida como Fiel Bicolor, pois é apaixonada e não abandona o clube nem nos momentos mais difíceis. Em 2002 foi recorde de público da Série A com média de 23 000 torcedores por partida. Segundo o Instituto Datafolha, possui a maior torcida da Região Norte e a 20ª do Brasil.
Está há cinco anos na Série C tentando o acesso à Série B.
Tuna Luso
Históricamente é a terceira força do futebol paraense e o segundo maior detentor de títulos nacionais do Pará, perdendo apenas para o Paysandu. Já ganhou uma Série B, uma Série C e 10 estaduais. Seu ápice foi nas décadas de 50, 60, 70 e 80 quando fazia frente à Remo e Paysandu. Sua torcida é estimada em 94 mil torcedores segundo pesquisa do Gallup. Apesar disso é um clube bem estruturado, apresentando o segundo melhor patrimônio, atrás apenas do Clube do Remo.
Com o passar dos anos a Águia Guerreira foi se afastando das disputas nacionais e estaduais, inclusive ficando de fora da fase principal do Campeonato Paraense, mas retornando em 2011.
Sport Club Belém
Fundado por integrantes do clube da aeronáutica, chamado de Brasinha da Maracangalha, já foi a quarta potência do futebol paraense e também chegou a disputar a Série B Nacional duas vezes. Hoje está na Primeira Divisão local, mas sem disputar a fase principal, que conta com Remo, Paysandu e Tuna Luso.
Re-Pa
Remo contra Paysandu é o clássico da cidade de Belém, conhecido como Re-Pa; estes dois clubes se confrontam desde 10 de junho de 1914 (Remo 2 a 1). Nenhum outro clássico do Brasil foi jogado tantas vezes quanto este, com mais de 700 edições, sendo considerado o clássico mais disputado do futebol mundial.

Grand Prix de Atletismo

O Grand Prix Brasil de Atletismo, em Belém, é realizado desde 2002 no Estádio Olímpico do Pará. Em 2004, Belém reuniu cerca de 42 640 pessoas no Mangueirão, batendo o recorde de público em competições de atletismo na América do Sul.
Entre os brasileiros que estiveram em Belém destacam-se Jadel Gregório, um dos melhores do mundo no salto triplo; Maurren Higga Maggi, estrela nacional do salto em distância; Fabiana Meurer, uma das revelações do salto com vara no circuito internacional; os fundistas Hudson de Souza e Fabiano Peçanha, presentes em Belém desde 2003; e Sandro Viana, Vicente Lenilson, André Domingos e Sabine Heitling, que competem nos 3 mil metros com obstáculos. Jadel Gregório é campeão pan-americano, vice-campeão mundial e dono da melhor marca mundial entre os triplistas em atividade, com 17,90 metros. Maurren foi medalha de prata no Mundial Indoor de Valência, em março, e é recordista sul-americana da prova, com 7,26 metros e entre os atletas internacionais, os norte-americanos, J. J. Johnson (100 m e 200 m) e Joel Broen (110 m com barreiras); o queniano Julius Nyamu (3000 m com obstáculos); o cubano Osniel Tosca (salto triplo); os jamaicanos Maurice Wignall (110 m com barreiras); e Sheri-Ann Brooks (100 m e 200 m). Alguns dos principais destaques são a norte-americana Sheena Tosta, número dois do mundo em 2007 nos 400 m com barreira, e a cubana Yumisleidi Cumba, atual campeã olímpica do arremesso de peso.

Rallye du Soleil

Todo o ano Belém recebe o Rallye du Soleil, uma das mais importantes regatas do iatismo mundial.

Moda

Belém ganha seu espaço no ramo da moda com dois grandes eventos nacionais: o Belém Fashion Days, que hoje está entre os 5 maiores eventos de moda do País, e o Amazônia Fashion Week, o maior evento da Amazônia, onde a moda percorre por uma semana os principais pontos turísticos da cidade. Merece destaque também a produção de joias.
Nos dias 29 e 30 de outubro de 2009, o III Salão do Brasil em Paris teve mais de 50 expositores. Entre os produtos brasileiros que franceses e visitantes de outros países viram no Salão estavam as joias do Pará, criadas e produzidas por profissionais do Polo Joalheiro/Espaço São José Liberto.

Eventos

Por ser a cidade mais antiga da Amazônia e com todas as condições infraestruturais, como o Aeroporto Internacional de Belém, considerado um dos mais modernos e terminal de uma das maiores malhas aéreas do país, com inúmeras ligações nacionais e para o exterior, Belém é palco de grandes eventos da Amazônia, desde eventos municipais até internacionais. A cidade está entre as 5 cidades brasileiras mais citadas para a realização de grandes eventos, de acordo com pesquisa nacional feita pelo SEBRAE/FBC&VB (2002), possuindo, além da gastronomia, diversas atrações de lazer e turismo na Região Metropolitana.
A capital possui grandes eventos fixos locais, como é o caso do Círio de Nazaré (anual e maior evento religioso do país), Feira Amazônica do Livro (a 4ª maior feira do gênero no país - anual, com 350 mil participantes), Supernorte (anual, o maior evento empresarial do Norte do país – 45 mil participantes), a FITA - Feira Internacional de Turismo da Amazônia (18 mil participantes), Belém Fashion Days (está entre os 5 maiores eventos de moda do País) e o Amazônia Fashion Week (maior evento de moda da Amazônia), dentre outros.
A cidade conta atualmente com o Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, atualmente um dos maiores do Brasil e o maior da Amazônia, para a realização de diversos tipos de eventos, o CENTUR, o maior centro de debates e manifestações culturais do norte do Brasil, inclusive esportivos no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), um dos mais completos do país, passando pelos espaços multiusos em diversos hotéis, centros particulares e espaços administrados pelo setor público.[35]

A cidade de Belém vista do rio Guamá.
 pt.wikipedia.org/wiki/Belém
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